Entre os dias 22 e 25 de setembro, o Centro Salesiano do Aprendiz(CESAM) de Goiânia promoveu um ciclo de palestras com foco na sensibilização para o Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização e prevenção ao suicídio. Os encontros abordaram diversos aspectos relacionados à saúde mental, autocuidado e valorização da vida, sendo uma das atividades mais importantes da Formação Permanente de Aprendizes. A iniciativa fortalece o desenvolvimento integral dos jovens do Programa de Socioaprendizagem da instituição, discutindo temas relacionados à vida profissional, pessoal, social e emocional.
A supervisora de aprendizagem do CESAM Goiânia, Vanessa Rodrigues, explica que o ciclo de palestras tem o objetivo de estimular o desenvolvimento socioemocional dos jovens, fortalecendo valores como empatia, respeito, cooperação e autoconfiança. Segundo ela, esse tipo de iniciativa é essencial no contexto socioeducativo porque prepara os aprendizes para a vida, ajudando-os a lidar com desafios emocionais e relacionais. “A atividade ofereceu um espaço para reflexão sobre sentimentos, atitudes e relações interpessoais, atendendo às necessidades de pertencimento, escuta e valorização pessoal. Ao favorecer o autoconhecimento e a regulação emocional, esse momento contribuiu para que os jovens se tornem mais resilientes, comunicativos e capazes de construir vínculos positivos, sabendo que sempre há alguém disposto a escutá-los.”
Destacando a valorização da vida, a Formação Permanente de Aprendizes debateu temas como empatia, convivência saudável, autoestima, manejo de conflitos e tomada de decisão responsável. Para Vanessa, abordar os conteúdos com sensibilidade foi fundamental para garantir que os aprendizes se sentissem confiantes para se expressar e participar ativamente das dinâmicas. “É uma atividade que complementa a formação técnica com a dimensão humana, que é algo muito característico do carisma salesiano. Foi uma oportunidade de oferecer ferramentas socioemocionais que favorecem tanto o desempenho profissional quanto o equilíbrio pessoal e a qualidade das relações.”
A supervisora reforça a importância de promover uma Formação Permanente de Aprendizes direcionada ao Setembro Amarelo, tanto pela seriedade do tema quanto pelo perfil dos jovens do CESAM Goiânia. “Esta é uma atividade que fortalece nosso propósito enquanto instituição dedicada à juventude em situação de vulnerabilidade social, contribuindo para a formação integral, cidadania ativa e construção de competências socioemocionais. Esses valores são essenciais para que os aprendizes desenvolvam maturidade emocional, responsabilidade e consciência social, tornando-se mais preparados para o trabalho e para a vida.”
Os encontros despertaram reflexões importantes entre os aprendizes, que participaram ativamente das discussões propostas durante a formação. Para muitos, o momento foi uma oportunidade inédita de dialogar abertamente sobre saúde mental e prevenção ao autoextermínio. “A palestra sobre a temática do Setembro Amarelo foi muito importante. Até pouco tempo, falar sobre suicídio ainda era um grande tabu, mas esse tipo de conversa é fundamental para que possamos compreender e prevenir. Gostei muito da abordagem dos educadores também, porque eles contextualizaram o tema de forma clara e sensível. Achei ótimo ter esse momento aqui”, afirma o aprendiz Eduardo Moraes.
Já a aprendiz Lara Salles destaca o quanto a iniciativa foi significativa e acolhedora para os jovens. “Acho de extrema importância a iniciativa do CESAM Goiânia em promover esse diálogo sobre o Setembro Amarelo. Infelizmente, ainda é um tema pouco abordado em muitos lugares, apesar de sua relevância gigantesca. É incrível como os educadores tratam o assunto de forma sensível, mostrando disposição para acolher e ajudar quem precisa. Eles nos lembram que ninguém está sozinho, que somos amados e que não precisamos carregar pensamentos tristes. Acredito que foi um momento de reforçar justamente que todas as vidas importam.”
Vanessa destaca a contribuição da psicóloga Melrilene Santos e do psicanalista clínico João Paulo Dojame, que puderam enriquecer as discussões de um ponto de vista especializado em saúde mental. Com dedicação e sensibilidade, eles contribuíram para criar um ambiente acolhedor e propício ao diálogo, promovendo momentos de escuta ativa e reflexão coletiva. “Quando há envolvimento de parceiros, ampliamos repertórios e experiências, trazendo novas formas de olhar para si e para o outro. A presença de diferentes atores sociais reforça a rede de apoio e transmite ao jovem a sensação de que não está sozinho em sua caminhada de crescimento.”
João Paulo Peres afirma que o ciclo de palestras cria oportunidades de aprendizado e reflexão além do Setembro Amarelo, debatendo também as vivências no ambiente familiar e os conflitos que surgem nas relações de trabalho. “Abordamos a importância da valorização da vida, da empatia e do cuidado consigo mesmo e como outro. Ficamos muito felizes por mostrar que os jovens conseguem reproduzir esses valores, seja no mercado de trabalho, no convívio com seus familiares ou mesmo dentro da instituição. O mais interessante foram os diversos depoimentos dos próprios aprendizes, que compartilharam suas experiências de vida. Foi muito enriquecedor.”
Já Melrilene Dojame destacou a importância de ampliar essa discussão para além de uma campanha pontual. “Sabemos que discutir saúde mental e valorização da vida não deveria se limitar ao mês de setembro. Essa é uma pauta que precisa estar presente todos os dias, durante todo o ano. No entanto, setembro é um período em que intensificamos a conscientização em todo o Brasil, e é exatamente isso que estamos fazendo no CESAM Goiânia. Trouxemos apoio e informações aos jovens da instituição, para que possam reconhecer sinais de alerta relacionados à saúde mental. Isso é válido em diferentes contextos, como no trabalho, na faculdade, na escola ou nas relações com amigos e familiares. Essa é uma atenção que o CESAM Goiânia e nós, voluntários, fazemos questão de oferecer.”
A Formação Permanente de Aprendizes dedicada ao Setembro Amarelo acontece todos os anos como parte essencial da programação complementar ao Programa de Socioaprendizagem da instituição. Segundo Vanessa, a iniciativa contribui para formar jovens mais conscientes de si e dos outros, capazes de agir com empatia, ética e responsabilidade. “Ao trabalhar dimensões emocionais e relacionais, ela prepara cidadãos mais equilibrados, solidários e comprometidos, fortalecendo o ideal de formarmos ‘bons cristãos e honestos cidadãos’, um pilar inegociável e vivo na missão de toda casa salesiana.”