Mais de 15.000 os jovens que se encontraram com o Papa Leão XIV por videoconferência na sexta-feira, 21 de novembro de 2025, enquanto participavam da Conferência Nacional da Juventude Católica (NCYC) feita em Indianápolis, EUA. O Papa Leão XIV convidou os jovens católicos a crescerem na amizade com Jesus Cristo, a utilizarem a tecnologia de forma saudável para aprofundar a própria Fé e a evitarem usar categorias ‘políticas’ para falar da Igreja.
Moderado pela autora Katie McGrady, o evento contou com seis jovens católicos que pediram ao Papa que compartilhasse suas reflexões sobre temas que variaram dos sacramentos e saúde mental à Inteligência Artificial e ao futuro da Igreja. Nas suas observações iniciais, o Papa Leão elogiou os jovens americanos por dedicarem tempo a se reunirem pessoalmente e encorajou-os a serem membros ativos das suas Comunidades paroquiais.
A conferência decorreu de 20 a 22 de novembro e deu aos jovens a oportunidade de assistir à Missa, rezar diante do SS. Sacramento e receber o Sacramento da Reconciliação; e disse que essas atividades são “oportunidades reais de encontrar-se com o Senhor Jesus”.
A vida nos Sacramentos
A primeira pergunta feita ao Papa dizia respeito à aceitação da misericórdia de Deus quando se pecou ou se decepcionou os outros. O Papa Leão XIV reconheceu que todos têm dificuldade em pedir a misericórdia de Deus e em aceitar que Ele realmente nos perdoa na Confissão. Mas ele também observou que “o pecado nunca tem a última palavra. Sempre que pedimos misericórdia a Deus, Ele nos perdoa. O Papa Francisco disse que Deus nunca se cansa de perdoar – somos nós, ao contrário, que nos cansamos de pedir perdão”. O coração de Deus, acrescentou, é diferente do nosso, pois Ele nunca se cansa de procurar a ovelha perdida. O Papa convidou os jovens a encontrar-se com Cristo no Sacramento da Reconciliação, confessando abertamente os próprios pecados e acolhendo o perdão de Jesus na absolvição do sacerdote.
Lutando contra a depressão e problemas de saúde mental
Em seguida, o Papa respondeu a uma pergunta sobre lutas de saúde mental, como sentir-se triste ou oprimido. Ele convidou todos a se abrirem para um relacionamento profundo com Jesus, confiando-Lhe as próprias dificuldades na oração: “No silêncio, podemos falar honestamente sobre o que está em nossos corações. Durante a Adoração Eucarística, podem olhar para Jesus no SS. Sacramento e saber que Ele os olha com amor”.
“Os jovens, acrescentou o Papa, também devem encontrar adultos de confiança, para que Deus possa falar com eles mediante outras pessoas, como pais, professores, sacerdotes e agentes da juventude”. Ele outrossim os convidou a rezar pelo dom de amigos verdadeiros, que nos incentivem a “procurar Jesus quando a vida lhes ficar confusa ou difícil”. “Muitos jovens dizem: ‘Ninguém me compreende’. Mas esse pensamento pode isolá-los”, disse. “Quando isso acontecer, tentem dizer: ‘Senhor, Tu me compreendes melhor do que eu me compreendo a mim mesmo’. E confiem! Ele os guiará!”.
Fé e tecnologia
Respondendo a uma pergunta sobre os efeitos da tecnologia na Fé, o Papa Leão XIV defendeu a utilidade das ferramentas modernas para conectar pessoas que estão a milhares de quilômetros de distância.
“A tecnologia pode ajudar-nos a fazer muitas coisas e até mesmo ajudar-nos a viver a nossa Fé Cristã”, disse. «Ela também nos dá ferramentas incríveis para orar, ler a Bíblia e aprender mais sobre aquilo em que acreditamos”.
Ao mesmo tempo, o Papa observou que a tecnologia nunca pode substituir as relações reais e pessoais; nem substituir a participação da Eucaristia. E convidou os jovens católicos a serem intencionais com o tempo que passam diante dos ecrãs; e a certificarem-se de que a tecnologia sirva às suas vidas, e não o contrário.
A IA, disse Leão, tornou-se uma característica marcante de nossos tempos, ressaltando que a segurança não se resume apenas a controlar o desenvolvimento de modelos de IA, mas também a capacitar as pessoas para tomarem decisões saudáveis por meio da educação e da responsabilidade pessoal.
Todas as ferramentas devem apoiar a nossa caminhada de Fé e desenvolvimento intelectual, não a impedi-la, disse.
“Tenham cuidado para que o uso da IA não limite o vosso verdadeiro crescimento humano. Use-se de tal forma que, se ela amanhã desaparecesse, vocês ainda possam saber como pensar, criar, agir por conta própria. Lembrem-se: a IA nunca poderá substituir o dom único que são vocês para o mundo”.
O futuro da Igreja
O Papa Leão respondeu então a uma pergunta sobre o futuro da Igreja, recordando a promessa de Jesus a Pedro de que “as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja”.
A Igreja prepara-se para o futuro permanecendo “fiel ao que Jesus nos pede no presente”, disse ele, lembrando que o Espírito Santo guiou a Igreja por dois milênios por entre problemas e desafios.
Os jovens, disse o Papa, não são apenas o futuro da Igreja: são também o presente, e ele os exortou a se envolverem participando da Missa dominical e de atividades juvenis onde sua Fé possa crescer.
“Se sentirem que Deus lhes pede algo específico, falem com seu Pároco ou outro Guia de confiança”, disse. “Eles podem ajudá-los a discernir o que Deus lhes está a pedir”.
Amigos de Cristo, missionários do Evangelho
Por fim, o Papa Leão expressou as suas esperanças para o futuro dos jovens na Igreja, convidando-os a ajudar a moldá-las nos próximos anos.
Em resposta ao desejo juvenil de fazer algo significativo, o Papa exortou os jovens católicos a oferecerem generosamente o seu tempo e os seus talentos para edificar a Igreja de Deus.
“No fundo, ansiamos pela verdade, pela beleza e pela bondade, porque fomos criados para elas”, disse. “E esse tesouro que procuramos tem um nome: Jesus, o qual quer ser encontrado por vocês”.
Os jovens são chamados a ser amigos de Cristo e construtores da paz, “que constroem pontes em vez de muros, que valorizam o diálogo e a unidade em vez da divisão”.
“Tenham cuidado para não usar categorias ‘políticas’ ao falar de Fé”, disse. “A Igreja não pertence a nenhum partido político. Em vez disso, Ela ajuda a formar a sua consciência para poderem pensar e agir com sabedoria e amor”.
Em conclusão, o Papa Leão convidou os jovens católicos estadunidenses a ouvir o apelo de Deus em suas vidas e a discernir a própria vocação, seja para o casamento, para o sacerdócio ou para a Vida Religiosa.
“A que Causa maior do que o Evangelho vocês poderiam dedicar suas vidas?”, perguntou ele. “O Mundo precisa de missionários. Precisa que Vocês compartilhem com ele a Luz e a Alegria que encontraram no Cristo Jesus!”.


