“A semente lançada à terra morre para dar fruto.” Esta verdade do Evangelho resplandece de forma heroica e comovedora na memória que celebramos hoje: a dos Beatos José Calasanz Marqués, Enrico Saiz Aparicio e seus 93 companheiros, mártires da Família Salesiana na Espanha.

Entre 1936 e 1939, em um contexto de profunda perseguição religiosa, um grupo de salesianos sacerdotes, coadjutores, noviços e aspirantes foi chamado a testemunhar a sua fé até às últimas consequências. Eles não portavam armas, mas sim o crucifixo e a medalha de Maria Auxiliadora. Sua única “culpa” era ser salesianos, consagrados a Deus e dedicados à educação da juventude.

O Beato José Calasanz, um intelectual e formador profundamente humilde, e o Beato Enrico Saiz, um jovem religioso de intensa vida espiritual, lideram este vasto grupo de mártires. Eles foram presos, humilhados e, finalmente, ofereceram suas vidas por amor a Cristo e à sua vocação. O seu martírio não foi um ato de heroísmo isolado, mas a culminação de uma existência toda ela entregue a Deus e aos jovens.

 O que seu testemunho diz à nossa Inspetoria hoje?

A fidelidade nas pequenas coisas: O martírio não começa no último instante. Foi forjado diariamente na fidelidade à oração, no amor à comunidade, no serviço humilde, no cuidado com a formação e na alegria salesiana. Eles morrerem como viveram: fiéis.

  1. A coragem de pertencer a Cristo: Em um mundo que, ainda hoje, marginaliza a fé e ridiculariza os valores cristãos, os mártires nos recordam que a identidade salesiana é um tesouro pelo qual vale a pena dar a vida. Eles não renunciaram à sua pertença a Cristo e à Igreja.
  2. O amor pela missão: Eles foram mortos porque a sua presença como educadores e evangelizadores era um fermento de bem que o mal não podia tolerar. O seu sangue regou o terreno da missão salesiana na Espanha, que depois floresceu com renovado vigor, provando que o ódio não tem a última palavra.

Celebrar estes mártires não é cultivar uma memória do passado, mas acolher um legado para o presente. É perguntarmo-nos: Por que estamos dispostos a dar a vida hoje? Talvez não seja pelo sangue, mas certamente é pela entrega diária, pelo “martírio” da paciência com os jovens difíceis, da constância na formação, da criatividade na evangelização e da coragem profética de anunciar Jesus, mesmo quando não é popular.

Que os Beatos Mártires Salesianos intercedam por nossa Inspetoria. Que nos concedam a mesma fé serena, a mesma esperança inquebrantável e o mesmo amor ardente por Deus e pela juventude que os conduziu à glória eterna. Que o seu exemplo nos anime a ser, cada dia, salesianos fiéis e intrépidos.

 

Beatos mártires Salesianos da Espanha, rogai por nós!

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