Com um profundo sentimento de gratidão e alegria, a Família Salesiana da Itália celebrou o 210º aniversário do nascimento de São João Bosco. O Reitor-mor, padre Fábio Attard, 11º sucessor de Dom Bosco, presidiu a eucaristia, no Colle Don Bosco (Becchi), Itália

Durante a homilia, padre Attard refletiu sobre as origens e a vivência de Dom Bosco, ressaltando a sua importância e valor inspirador para os tempos atuais.

“O carisma de Dom Bosco, originário de uma pequena região do Piemonte, conseguiu ultrapassar todas as fronteiras geográficas, difundindo-se de forma carismática por todo o mundo, acolhendo culturas, povos e idiomas, sempre com um espírito inclusivo e sem distinções”, afirmou padre Attard.

Uma experiência humana pobre, mas não miserável

Padre Attard lembrou que Dom Bosco nasceu em ambiente pobre, mas não miserável. Carente de meios e recursos materiais, porém extraordinariamente abundante em valores, em conexões autênticas, numa humanidade plena.

“Faltavam muitos bens materiais, mas não faltavam pessoas saudáveis e santas. Isso já é motivo para louvar a Deus: por conceder generosamente não coisas, mas pessoas. Uma gratidão que se estende a Maria, que esteve sempre ao lado do pai e mestre, Dom Bosco”, disse o Reitor-mor.

O sonho que se torna o poder da esperança

Ao longo de sua homilia, padre Attard afirmou que o Sonho de Dom Bosco não se perdeu com o passar do tempo; ao contrário, transformou-se em força vibrante de esperança. Uma esperança que não se trata de uma ideia, mas de uma Pessoa: Cristo.

“Acolher o sonho de Dom Bosco nos dias atuais é abraçar uma esperança firme, pois está fundamentada em Cristo. É essa esperança que impulsiona muitos salesianos e integrantes da Família Salesiana a permanecerem próximos das pessoas, mesmo nas regiões mais afetadas pela guerra e pelo sofrimento”, afirmou padre Attard.

A audácia da fé

O Reitor-mor também falou sobre a audácia da fé que sempre guiou o caminho de Dom Bosco: uma fé vivida como escolha fundamental e proposta integral, a começar pela Família dos Becchi e depois em todas as casas salesianas do mundo.

“Não se trata de uma fé fundamentalista, nem de um refúgio espiritualista, mas de uma fé encarnada, geradora, capaz de futuro. É uma fé que fala por si mesma, com a força do testemunho. Uma fé fecunda, que gera vida, vocações, esperança”.

O passado contém a semente do futuro

Padre Attard lembrou que o passado não é somente uma recordação, mas também uma semente para o futuro. “A fé viva e genuína transforma-se em vivência de generosidade, amplia perspectivas e serve como um modelo de fecundidade para a Igreja”.


Ele também compartilhou uma vivência pessoal: a concelebração da eucaristia em Castel Gandolfo no dia 15 de agosto. Durante o evento, o Papa Leão proferiu uma homilia a respeito da Assunção, na qual apresentou uma reflexão profunda sobre o encontro entre Maria e Isabel:


"A notável fecundidade da estéril Isabel confirmou Maria em sua confiança: antecipou a fecundidade de seu 'sim', que se estende à fecundidade da Igreja e de toda a humanidade, quando se acolhe a Palavra renovadora de Deus".

Duas mulheres, marcadas por promessas que pareciam impossíveis: uma já idosa e considerada estéril; a outra jovem e virgem tornam-se símbolo de uma fé fecunda, pois acolheram a Palavra, confiaram nela, deixaram-se gerar pelo Evangelho antes de elas mesmas darem à luz.

Padre Attard conclui afirmando: “deixemo-nos surpreender pela fecundidade de Deus. O "sim" de Maria e o "sim" de Dom Bosco continuam a escrever a história, hoje: uma história que a Família Salesiana é chamada a perpetuar aos jovens de hoje, para que cresçam saudáveis, santos, acompanhados por uma humanidade mais rica de valores e nutrida pelo Evangelho do Senhor Jesus”.

Receba nossa Newsletter

Não enviamos spam. Descadastre-se a qualquer momento.