A vocação do irmão dentro da igreja e de modo particular na nossa sociedade salesiana é muito bonita e carregada de um simbolismo bem particular. O irmão é aquele cristão que é chamado a seguir Jesus na plenitude de sua vida. Não carrega consigo um sinal externo ou um rito específico para essa entrega.

Dentro da nossa congregação a vocação do irmão ou coadjutor, passou por muitas fases de amadurecimento e compreensão, os nossos superiores sempre tiveram que ter uma atenção muito sensível para esse chamado de Deus e para essa entrega dentro de nossa sociedade. No começo, Dom Bosco aderiu a essa forma de vida consagrada, dentro de sua florescente congregação, com objetivo de contemplar esse chamado de entrega total.

O Coadjutor era aquele que em vista de seu chamado e entrega, doava os seus dons para que o meio ao qual estava inserido tivesse um cuidado ainda mais especial. O irmão era chamado a trabalhar em locais de muita atenção e cuidado para com o outro. Ele era porteiro, cozinheiro, alfaiate e mestre nas escolas profissionais de Dom Bosco. Assim era conferido a ele encargos simples, porém essenciais para dar um significado para aquela realidade.

O tempo passou e com ele as necessidades e compreensões também mudaram. O coadjutor em certo momento e digo que até por falta de compreensão de alguns foi visto como aquele que não tinha todos os requisitos para ser presbítero, então ficaria na condição de irmão. Superamos esse também.

Hoje voltamos a ter a compreensão de que o irmão adere a esse estilo de vida por um chamado integral do criador. Assim, o salesiano irmão tem uma infinidade de possibilidades dentro do estilo de vida que ele se propôs a viver e consegue ter um campo ainda mais aberto para o serviço, já que ele não está vinculado a uma paróquia ou diretamente ligado a ministrar os sacramentos.

Bom, eu me chamo Yuri, ou melhor Ir. Yuri e estou no meu primeiro ano de votos temporários na sociedade Salesiana. 

O meu chamado para ser irmão não começou no dia 31/01/2023 quando eu fiz a minha primeira profissão, ele começou quando eu me senti chamado a entregar minha vida nas mãos de Cristo por meio do carisma de Dom Bosco. Desde o princípio eu tinha a certeza que queria fazer parte desse lugar, mas não me sentia chamado a ser um ministro ordenado, não sentia o desejo de me tornar sacerdote, mas sabia que queria fazer parte daquele todo que estava sendo apresentado.

Assim eu pude seguir no caminho de amadurecimento pessoal e vocacional e compreender em que lugar desse todo eu me encaixava. Hoje, como graduando em filosofia, eu posso entregar a dedicação aos meus estudos como resposta concreta do meu ser salesiano irmão. Posso colocar também a atenção pela ecologia integral e sustentabilidade como formas de agregar na congregação um pouco do meu ser mais profundo.

O Apóstolo Paulo nos diz: “cada um com seu dom de serviço... Ninguém pode ficar de fora, pois, o corpo estaria incompleto...”

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