Maria, mulher enamorada

Maria é uma mulher inteiramente apaixonada pelo verdadeiro amor. Com paixão e alegria, ela soube dedicar-se por toda a vida ao amor que merece plenamente esse nome, bailando a dança da vida. Olhando para ela, podemos distinguir o amor de suas falsificações e ter uma ideia clara num âmbito importante de nossas vidas.

Comentário do Reitor Mor

‘I love you’. ‘Je t’aime’. ‘Te quiero’. Enfim: «Eu te amo!».

Eu não sei se, nos tempos de Maria, se usavam as mesmas mensagens de amor, ternas como preces e rápidas como grafites, que as meninas de hoje gravam furtivamente pelas paredes ou nas sacolas coloridas de seus colegas de escola.

Maria também experimentou aquela maravilhosa estação da existência, feita de encantos e lágrimas, de fortes emoções e de dúvidas, de ternura e trepidação.

Ela também provou a alegria dos encontros, a espera pelas festas, os arroubos da amizade, o enlevo da dança, a felicidade por um vestido novo.

Crescia como ânfora sob as mãos do oleiro, e todos se perguntavam acerca daquela transparência cristalina e daquele frescor sem sombras.

Uma tarde, um jovem chamado José criou coragem e lhe segredou abertamente: “Maria, eu te amo!”. Ao que Ela, rápida como uma emoção: “Eu também!”. E em seus olhos se refletiam todas as estrelas do céu.

Para nós, o amor humano que sentimos é uma como água de cisterna: limpidíssima, sim, por cima, mas com tantos detritos no fundo. Basta um nonada para que o fundo lamoso se agite e as águas se turvem.

Para Maria, não! Nunca poderemos entender que o amor de Maria não tinha resíduos, porque o Seu era um poço sem fundo, limpidíssimo até à essência de sua alma.

História

O canarinho

Nancy nascera com uma doença grave. Aos nove anos já fora submetida a numerosas cirurgias que a forçaram a usar cadeira de rodas. Cada cirurgia causava-lhe dores agudíssimas, mas o sorriso sempre lhe voltava aos lábios.

Sua casa estava sempre apinhada de pequenos amigos. Gostava de sorvete, Coca Cola, discos e canções, que ela acompanhava com sua tênue vozinha, sorrindo e batendo palmas.

Mas o de que ela mais gostava era da alegria dos outros: dava tudo o que tinha para ver felizes as pessoas que a rodeavam: deu sua boneca, seu violão, seus livros favoritos, suas estatuínhas de porcelana. Doava com um gesto vivo, espontâneo, improviso.

Um dia, Nancy pediu que sua mãe levasse o seu querido canarinho a uma mulher que estava muito triste porque lhe morrera o seu. Ao voltar, a mãe achou a filha a chorar junto à gaiola vazia.

“Mas por que você quis dá-lo se o amava tanto?” “Oh, mãe, justamente por isso. Assim pude mostrar todo o meu amor à essa idosa senhora”.

Entrega a Maria

‘Amar’, do verbo ‘morrer’, significa descentrar-se. Sair de si.

Dar sem pedir. Ser discreto até ao silêncio.

Sofrer para desfazer-se das escamas do egoísmo.

‘Sair da frente’ quando se arrisca comprometer a paz de um lar.

Desejar a felicidade do outro. Respeitar o seu fadário.

E desaparecer, quando você percebe que está a

perturbar sua missão.

Santa Maria, mulher enamorada, ensina-nos a amar.

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